Embora existam alguns elementos farsescos nas comédias de Aristófanes e Plauto, em sentido estrito a farsa originou-se nos mimos medievais, em que a critica social e a sátira encontratam nela uma benvinda válvula de escape. Seus fundadores eram advigados e escritores, estudantes e associações cênicas de cidadãos, eruditos errantes, mercadores e artesãos. A farsa não tinha escrúpulos. Sua eficiência dependia da auto-ironia, da zombaria dos abusos correntes, da impudência com que os abusos políticos eram mordazmente dissimuladas como alegorias inofensivas. Mas o gênero destingue-se da sátira e da comédia por não estar preocupado com uma mensagem moral.
Assim, a farsa é um tipo de drama escrito com o propósito de provocar riso. Os personagens são rudes ou exageradamente fracos, covardes e impotentes; as situações são de exagero, improváveis. Na busca apenas pelo humor vale-se de recursos como: assuntos intruduzidos rapidamente, evitando-se qualquer interrupção no fio da ação ou análises psicológicas mais profundas; ações exageradas e situações inverossímeis. Recorre também as estereótipos ( a alcoviteira, o pai feroz, a donzela ingênua) ou situações conhecidas ( o amante no armário, gêmeos trocados, reconhecimentos inesperados). É decididamente o mais irresponsável de todos os tipos de drama. A trama existe por sua própria conta,e o dramaturgo precisa preencher somente duas exigencias ao criá-la: primeiro ela precisa ser engraçada, e segundo, ele precisa persuadir sua audiência a aceitar suas situações pelo menos no momento enquanto elas estão sendo encenadas.
Erick Bentley, num texto sobre a farsa diz " O teatro de farsa é o teatro do corpo humano, mas de um corpo num estado muito distante do natural. É um teatro em que, embora os fantoches sejam homens, os homens são superfantoches. É um teatro do corpo surrealista"
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