Nelson Rodrigues é universal. Suas obras resumem aquele que foi o maior dramaturgo do Brasil e a figura mais controversa entre 1940 e 1980, no Rio de Janeiro. Seus textos mantém admiradores no meio teatral e fora dele, sempre pela contundência e ironia clássicas. E com o Teatro da Neura não seria diferente, assim como Dorotéia.
Para esta montagem, optamos por trabalhar a linguagem surrealista, dentro dos estudos de Andre Breton, Dali, Magritte e Frida Kahlo. Suas dores, sonhos e loucuras expressadas nas pinturas e escritos de cada um deles nos serviu de base para a criação de todos os aspectos da peça: desde a interpretação, até o cenário e figurino. Claro que tudo aqui é experimental, dado pelo novo projeto do grupo de novos olhares de direção; assim como as novas possibilidades para os atores do grupo de sentirem novos olhares de fora.
É a isso que o Teatro da Neura se propõe: algo que sempre o faz sair do lugar comum para algo completamente novo. Chegou a maturidade e a “quantidade” certa para isso. Confiança é a palavra chave. Obrigada pela oportunidade, sejam bem vindos a essa nova experiência.
Tuane Vieira
Diretora