Dorotéia é uma ex-prostituta que procura na família uma forma de se redmir da vida que levava e da morte do filho. Lá, encontra sua prima, D. Flávia, mulher feíssima, que impõe condições para a sua permanência, em meio as bodas da filha Das Dores e de manter a casa e as parentas igualmente feias, Carmelita e Maura, na mais perfeita ordem. E sem sonhos.
A peça faz parte, assim como Anjo Negro, Senhora dos Afogados e Álbum de Família, dos textos míticos que Nelson escreveu entre 1946 e 1949, causando polêmica e trazendo de uma vez por todas, a fama de “maldito” que o dramaturgo sempre teve.
A peça faz parte, assim como Anjo Negro, Senhora dos Afogados e Álbum de Família, dos textos míticos que Nelson escreveu entre 1946 e 1949, causando polêmica e trazendo de uma vez por todas, a fama de “maldito” que o dramaturgo sempre teve.
segunda-feira, 9 de maio de 2011
segunda-feira, 2 de maio de 2011
sexta-feira, 25 de março de 2011
Dorotéia, do Nelson. E do Teatro da Neura.
Nelson Rodrigues é universal. Suas obras resumem aquele que foi o maior dramaturgo do Brasil e a figura mais controversa entre 1940 e 1980, no Rio de Janeiro. Seus textos mantém admiradores no meio teatral e fora dele, sempre pela contundência e ironia clássicas. E com o Teatro da Neura não seria diferente, assim como Dorotéia.
Para esta montagem, optamos por trabalhar a linguagem surrealista, dentro dos estudos de Andre Breton, Dali, Magritte e Frida Kahlo. Suas dores, sonhos e loucuras expressadas nas pinturas e escritos de cada um deles nos serviu de base para a criação de todos os aspectos da peça: desde a interpretação, até o cenário e figurino. Claro que tudo aqui é experimental, dado pelo novo projeto do grupo de novos olhares de direção; assim como as novas possibilidades para os atores do grupo de sentirem novos olhares de fora.
É a isso que o Teatro da Neura se propõe: algo que sempre o faz sair do lugar comum para algo completamente novo. Chegou a maturidade e a “quantidade” certa para isso. Confiança é a palavra chave. Obrigada pela oportunidade, sejam bem vindos a essa nova experiência.
Tuane Vieira
Diretora
quinta-feira, 17 de março de 2011
A nausea não veio!
Como encontrar junto a mim, um ser qual eu não veria nunca…
- Mãe, tu me disseste que eu nunca o veria.
Mas eu vejo, vejo e sinto em mim uma alegria e uma certeza
-Tenho sim que ama-lo (Eu o Amo)
E tu sabes disso…
-“Maldita, mil vezes maldita” Sim, sou, Maldita talvéz…
Mas tudo o que eu quero é ser feliz ao lado de quem eu amo
Eusébio da Abadia, ele foi predestinado a mim, como eu estou propicia a não ter a nausea.
- Diga agora, o que é a Nausea… Se não uma mera palavra a qual sobre mim não teve nenhum efeito…
- “Nasceste Morta”…
Morta,
Então o que será de meu marido, se eu não existo para amá-lo
O que será dos meus dias se não existo para viver-los…
Não, não posso continuar desta forma
- “Ao meu nada Não…”
E agora, Mãe
Quando estiver pronta, voltarei para meu marido, e serei feliz.
Mesmo que para isso tu tenhas que se contorcer em seu remorcio e dor.
Brendo de Lima- Das Dores
"...de forma que estou muito satisfeita..."
Está ai. Nesses três atos de uma farsa irresponsável um dos meus maiores desejos como ator.
Amante de Nelson que sou, sempre achei a dramaturgia de Dorotéia, um acontecimento, toda a simbologia e a poesia que ele conseguiu colocar nas benditas paginas desse texto é algo absurdo.
“Como eu não pensei nisso antes?” é a sensação quando leio, algo muito parecido, quando assisti Memória da Cana, dos Fofos Encenam, que pra mim, é uma das melhores peças que já vi na vida...como eu não pensei nisso antes?
O Nelson é tão pouco explorado por aqui, ou melhor, tão mal explorado. Toda montagem que circula por ai, é carregada no vermelho e preto e sempre, como num golpe de criatividade, o bom e velho tango. Não sei como algumas Cias teatrais não chamam o Zé Wilker pra narrar a história.
O espetáculo é um acontecimento, lógico que sou suspeito pra dizer, ainda mais assumindo que atualmente Dorotéia é minha maior paixão, o texto que já nos da um leque de possibilidades pra construção, quando escolhido o surrealismo para andar ao lado, deixa tudo muito mais possível. Ver o nascimento das cenas, os atos correndo, o direcionamento, a criação particular de cada um, não me faz ter duvidas do que temos nas mãos.
Iniciamos nosso processo em outubro do ano passado entre leitura de mesa, analise, estudos surreais, Magritte, Dali, Frida, sem falar de todo o processo corporal, encabeçado pela Ligia e que arrisco dizer que nem no meu curso técnico me mexi tanto pra descobrir meu corpo.
E nessa “rasgassão” sincera de seda, sem tango, calcinhas voando e homem de pau de fora, assumo que Dorotéia e Dona Assunta da Abadia, são um presente surreal pra mim.
Antônio Nicodemo - Dona Assunta da Abadia.
segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011
Morta.
Como assim, morta?
Nascer de cinco meses e morta... ter dentro de si, vontades, sensações e confidencias que na verdade, não existem.
Como ser privado da certeza de crer no momento, se o momento nem existe.
Que dentro de si , seus órgãos estão pulsando sem vida por conta de uma “regra” onde todas têm que se encaixar.
Não quebrar a moral e os bons costumes daquelas que se foram e tiveram a náusea; que por sinal, é uma sensação horrível.
Por que dar continuidade a uma tortura que não as permite viver. Por que para elas, é comodo ser assim?
Como saber se isso é a verdade. Se essa é a única verdade que se conhece desde muito pequeno.
Ficar a espera de um noivo, que nunca será reconhecido. Imaginar sem a referencia de um homem. Não saber a cor dos olhos, o movimento das orelhas quando ele dá uma gargalhada muito forte.
Não saber se de longe o olhar de saudade é de tristeza por não estar perto, ou de alegria por saber que o reencontro será em breve.
Das Dores, predestinada às dores. Basta saber se as Dores que se é predestinada é as próprias, ou as dores que se criam a partir dos desejos frustados daquela que não dorme, porque em sonho, queimaria em adoração.
Brendo de Lima, das Dores.
quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011
FARSA
Embora existam alguns elementos farsescos nas comédias de Aristófanes e Plauto, em sentido estrito a farsa originou-se nos mimos medievais, em que a critica social e a sátira encontratam nela uma benvinda válvula de escape. Seus fundadores eram advigados e escritores, estudantes e associações cênicas de cidadãos, eruditos errantes, mercadores e artesãos. A farsa não tinha escrúpulos. Sua eficiência dependia da auto-ironia, da zombaria dos abusos correntes, da impudência com que os abusos políticos eram mordazmente dissimuladas como alegorias inofensivas. Mas o gênero destingue-se da sátira e da comédia por não estar preocupado com uma mensagem moral.
Assim, a farsa é um tipo de drama escrito com o propósito de provocar riso. Os personagens são rudes ou exageradamente fracos, covardes e impotentes; as situações são de exagero, improváveis. Na busca apenas pelo humor vale-se de recursos como: assuntos intruduzidos rapidamente, evitando-se qualquer interrupção no fio da ação ou análises psicológicas mais profundas; ações exageradas e situações inverossímeis. Recorre também as estereótipos ( a alcoviteira, o pai feroz, a donzela ingênua) ou situações conhecidas ( o amante no armário, gêmeos trocados, reconhecimentos inesperados). É decididamente o mais irresponsável de todos os tipos de drama. A trama existe por sua própria conta,e o dramaturgo precisa preencher somente duas exigencias ao criá-la: primeiro ela precisa ser engraçada, e segundo, ele precisa persuadir sua audiência a aceitar suas situações pelo menos no momento enquanto elas estão sendo encenadas.
Erick Bentley, num texto sobre a farsa diz " O teatro de farsa é o teatro do corpo humano, mas de um corpo num estado muito distante do natural. É um teatro em que, embora os fantoches sejam homens, os homens são superfantoches. É um teatro do corpo surrealista"
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